Os professores de todo o Paraná decidiram entrar em greve por tempo
indeterminado a partir da próxima segunda-feira (17). A votação
aconteceu em assembleia da APP-Sindicato, que representa a categoria, na
manhã de hoje (12) na sede social do Paraná Clube, na Avenida Kennedy,
bairro Portão, em Curitiba.
A maioria votou para a paralisação das atividades de maneira geral. A
discussão sobre a paralisação dos professores começou após o Governo do
Paraná encaminhar emendas modificativas à Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2017 que autorizavam a suspensão do reajuste do
funcionalismo, previsto para janeiro.
Conforme o governo, a data-base deve ser quitada depois que todas as
promoções e progressões devidas sejam implantadas e pagas no
estado, estimadas em R$ 750 milhões.
A diretora da APP Estadual Elizamara Goulart Araújo disse à Banda B
que o objetivo da greve é a retirada da votação na Assembleia
Legislativa do Paraná (Alep). “O governo colocou mensagem na LDO que
retira a data-base da nossa categoria. A discussão hoje é essa – retirar
essa mensagem para que não vá a votação na Alep. Temos greve geral
decretada e a reivindicação principal é a mensagem 43 e todos os ataques
que estamos sofrendo na carreira, somada à MP recente, luta dos
estudantes, que também nos afeta”, conclui.
Segundo a APP-Sindicato, a medida também afeta outras categorias, em geral os servidores do estado do Paraná.
Para os professores, o governador Beto Richa já havia se comprometido
a pagar integralmente a inflação de 2016 aos servidores em 2017. No
entanto, o governador e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB),
informaram que o Executivo não teria caixa suficiente para arcar com os
compromissos, acordados no meio do ano passado, em meio à greve dos
professores.
Desconto dos dias parados
A greve deve atingir não só os professores, mas outras categorias do
funcionalismo estadual. Diante dessa decisão, o governo do estado já
anunciou que irá descontar os dias parados do salário dos servidores que
aderirem ao movimento. Além disso, eventuais grevistas não terão
direito ao recebimento de progressões e promoções funcionais, que serão
pagas a partir de janeiro. O governo entende ter o direito de tomar
essas decisões.
A Secretaria de Estado da Educação (SEED) emitiu nota que diz:
“A Secretaria da Educação lamenta a decisão do sindicato dos
professores, de paralisar as atividades, que mais uma vez, a posição
prejudica os mais de um milhão de estudantes da rede estadual do Paraná.
Em nota emitida nesta quarta-feira (12), a Secretaria reitera que tem
mantido o diálogo aberto, com a realização de reuniões periódicas na
própria SEED e na Casa Civil.
Um novo encontro com os representantes dos sindicatos de
servidores será realizado no próximo dia 19, dando sequência às
negociações.
“Todas as demandas dos professores e funcionários da educação
estão sendo analisadas”, ressalta a nota. Em relação à principal
reivindicação, do pagamento das promoções e progressões, o Estado
pretende implantar esses pagamentos a partir de janeiro de 2017.
A secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres, destaca
que o Governo do Estado tem feito todos os esforços para efetuar os
pagamentos o mais breve possível, mas isso depende da evolução do
orçamento.
Em relação ao calendário escolar, as reposições terão que avançar
até 2017, pois as aulas deste ano terminam em 21 de dezembro, devido às
duas paralisações de 2015.”, diz a nota.
BANDA B..