Por Denise Mello e Djlama Malaquias
Após quatro anos, a médica Virgínia Soares de Souza e outras sete
pessoas, acusadas de antecipar a morte de pacientes que estavam
internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Evangélico, em
Curitiba, foram consideradas inocentes. A decisão é do juiz Daniel Surdi
Avellar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. O Conselho
Regional de Medicina (CRM) também inocentou a médica. A decisão foi
divulgada nesta quinta-feira (20) pela defesa de Virgínia, que nesta
sexta-feira (21), convocou uma entrevista coletiva para falar do caso.
“A Dra. Virgínia sempre foi inocente, mas ninguém vai devolver a ela o
que perdeu nestes anos. Acredito que dificilmente ela voltará a
praticar a medicina. Um sonho que foi tirado dela. A acusada sempre quis
ser médica e atuar como intensivista e este sonho foi arrancado dela”,
afirmou o advogado da médica, Elias Mattar Assad, ressaltando que em
nenhum momento foi lhe tirado o direito de praticar a medicina.
A acusada era esperada na entrevista coletiva, mas não compareceu. O
advogado contou sobre como foi o momento da revelação da inocência e
explicou a razão da ausência. “Cheguei e disse que ela havia sido
absolvida sumariamente pela Justiça. Segurei nas mãos delas e seus olhos
se encheram de lágrimas. Ela me abraçou e vi que estava para desmaiar,
tamanha a força da notícia. Chamamos médicos amigos dela e foi
diagnosticada uma crise de hipertensão. Por esta razão ela não
compareceu hoje aqui, mas, certamente, em breve, irá falar”, afirmou.