Desde a madrugada do último domingo (8), quando o acampamento pró-Lula foi montado nas imediações da sede da Polícia Federal no bairro Santa Cândida, em Curitiba,
os moradores da Rua Guilherme Matter tiveram a rotina afetada. A
dificuldade para entrar e sair de casa e a poluição sonora e ambiental
estão entre as principais reclamações da vizinhança.
A dona de casa Simone Marques, de 40 anos, mora na região com o filho
e o marido. Segundo ela, os dias têm sido bastante complicados desde a
montagem do acampamento. “Está sendo horrível. Agora, por exemplo, eles
estão tocando tambor e não dá para aguentar. Não dá mais vontade nem de
sair de casa, porque a gente tem que dar satisfação para os guardas na
saída e na chegada”, disse em entrevista à Banda B nesta quarta-feira (11).
Ela ainda afirmou que os manifestantes estão causando muita bagunça
no local. “Eles montaram uma cozinha em um terreno baldio aqui na
frente. Isso se tornou um incômodo, começou até a aparecer rato na minha
casa, problema que nunca tive antes”, completou.
Simone defende que o único jeito da vida voltar ao normal é retirando
as pessoas das ruas. “Espero que a prefeitura tome providências, para
que nós possamos fazer as nossas coisas como sempre. Você está limpando a
casa, ou realizando outra atividade, e eles ficam te olhando”.
Morador na mesma rua, o diretor administrativo Fabiano Claudio
Mocelin, de 41 anos, também reclamou dos transtornos que a manifestação
causa na região. “A nossa rotina foi bastante prejudicada. Nós temos
crianças para levar e trazer da escola… E é uma baderna, eles nos
impedem de ter livre acesso na região. A polícia tenta fazer o trabalho
dela, que é excelente, mas o pessoal é muito arruaceiro. Há muitas
situações desagradáveis, pessoas andando bêbadas e até mesmo fazendo as
necessidades na rua”.
Casado e pai de dois filhos, Fabiano alegou que a Lei do Silêncio não
tem sido respeitada pelo grupo. “Tem muita algazarra. Eles desligam o
som, mas ouvimos arruaça em outros pontos da região, porque não são
todos que respeitam. As ruas estão bem sujas, sem nenhuma manutenção,
com cheiro ruim, restos de comida espalhados pelo chão… Até temos medo
que apareçam mais baratas e ratos aqui”, comentou.
Confusão
Além dos problemas relatados pela vizinhança, algumas confusões foram
registradas no local, o que aumentou a preocupação em relação à
segurança. Silmara de Oliveira, que mora há 40 anos no bairro Santa
Cândida, relatou que um desses casos aconteceu nesta terça-feira (10).
“Os manifestantes tentaram fazer um acampamento no gramado do meu
vizinho, de 91 anos. O velhinho até chora com as coisas fora do normal. A
filha dele estava dando entrevista para um repórter espanhol, pedindo
para que as pessoas se retirassem dali. Nisso, o povo foi para cima
dela. Eu tentei defender e também falei com o jornalista, mas não teve
jeito… Eles fizeram o rapaz apagar o que a gente falou e nos colocaram
para correr”, contou Silmara.
Segundo ela, o incômodo não é só de dia. “O barulho entra na nossa
mente. Esses dias, na hora de dormir, a minha filha falou ‘mãe, esse som
não sai da minha cabeça’. Eles até deram um tempo à noite, mesmo assim,
há muita falação”, reclamou.
Ajuda
Se há moradores que criticam a situação, outros chegaram a oferecer
até mesmo o uso do banheiro da residência para os manifestantes. “Eles
perguntaram se podiam tomar banho e a gente se solidarizou com isso. O
pessoal do sindicato vai pagar a água e está tudo certo. Independente da
escolha de cada um, todos nós somos irmãos e temos as nossa
necessidades”, disse um morador, que preferiu não se identificar.
Durante o período em que a Banda B acompanha o
acampamento, os organizadores da vigília pró-Lula pedem por ordem e
trabalham na limpeza e bom convívio com os vizinhos.
Prefeitura
Ainda sobre a reclamação dos moradores, a reportagem entrou em
contato com a prefeitura, que informou que acompanha toda a movimentação
dos manifestantes e que a questão de limpeza está a cargo dos
organizadores.
Transferência de Lula
Os delegados de Polícia Federal (PF) pedem a transferência do ex-presidente da sede da superintendência.
Por meio de ofício, o sindicato da classe no Paraná alega que a
permanência de Lula no local provoca “transtornos e riscos à população e
aos funcionários”.
No pedido, o sindicato reforça que na sede da PF em Curitiba são
realizados, além da rotina policial, atendimentos ao público, dentre
eles, emissão de passaportes e questões relacionadas a produtos
químicos, segurança privada, armas e emissão de certidões de
antecedentes criminais da Polícia Federal.
FONTE BANDA B..
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