Os médicos que cuidam da recuperação dos sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense
disseram nesta sexta-feira que pretendem começar a transferir na
próxima semana ao Brasil os dois primeiros pacientes que continuam
internados na Colômbia. O lateral Alan Ruschel e o jornalista Rafael Henzel devem em breve deixar o hospital San Vicente, na cidade de Rionegro, para continuarem o tratamento em Chapecó (SC).
“Estamos organizando a transferência, tem que montar uma grande
logística. Ainda não temos uma data ainda, mas já estudamos aspectos
como a segurança da aeronave, o equipamento, a equipe, o trajeto e o
tempo de voo”, afirmou o intensivista do clube, Edson Stakonski. Os
médicos querem transportar os pacientes com segurança, para não correr o
risco do estado de saúde deles piorar.
O objetivo é levar os dois primeiros diretamente para Chapecó. Ambos
ainda precisam de mais cuidados médicos, como é o caso de Henzel, que
terá de se recuperar de uma lesão no pé direito. Ruschel, que está no
quarto há dois dias, apresentou um outro problema clínico. “Estamos
controlando um processo infeccioso urinário, com a bactéria já
identificado. Vamos ficar atentos”, disse o diretor médico do hospital,
Ferney Rodriguez.
A junta médica formada por colombianos e brasileiros brincou que
Ruschel e Henzel já precisam de atenção para que não abusem da melhora
da condição médica. Os dois conversam bastante e devem ser transferidos
no mesmo voo, até para facilitar a logística de transporte.
Os outros dois sobreviventes ainda não tem estimativa de retorno O
zagueiro Neto teve nesta sexta-feira a retirada dos aparelhos de
respiração artificial. “As próximas 48h serão as mais críticas. Vamos
ver se os pulmões suportam. Ele ainda necessita de cuidados intensivos e
de avaliação de hora em hora. Queremos que ele aguente respirar
sozinho”, explicou Stankonski.
Neto foi desentubado nesta sexta-feira e conversou com os médicos e a
mulher. O último a ser resgatado do acidente tem uma fratura na
vértebra lombar e continua a ser o paciente que mais inspira cuidados. A
CBF enviou nesta sexta-feira um equipamento à Colômbia para auxiliar na
recuperação da lesão torácica que sofreu no impacto da aeronave.
Já o goleiro Follmann, que teve parte da perna direita amputada em
dois procedimentos, continua sob acompanhamento constante. “Será
necessário passar por um procedimento de limpeza e aplicação do
curativo, para evitar o processo infeccioso”, contou Stakonski. O
jogador tem uma fratura na vértebra e quando for transferido ao Brasil,
virá para São Paulo.
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