Por Elizangela Jubanski
Imagens que circulam por meio das redes sociais mostram uma garrafa
de água sendo retirada da cintura de Gilson Camargo, morto por um
policial militar de folga durante uma partida de futebol, em Campina
Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. As imagens foram
registradas por jogadores que estavam no local. A versão apresentada
pelo policial militar é que Gilson estava armado e teria esboçado
reação.
Três tiros foram disparos contra o homem, pelas costas, que caiu de
bruços, próximo ao estacionamento onde aconteciam os jogos amadores, na
rua Júlio Guidolin, no Jardim Santa Rosa, na tarde deste domingo (17).
Socorristas do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência
(Siate) foram acionados, mas Gilson já estava morto. Assim que os
socorristas iniciaram o atendimento, diversas pessoas começaram a
registrar o momento.
Dois socorristas se agacham ao lado do corpo – um pelo lado direito e
outro pelo lado esquerdo. Um deles encontra a carteira da vítima, com
documentos e cartões bancários. Logo depois, do outro lado da cintura,
ele retira uma garrafa de água, azul. Testemunhas que estavam no local
afirmavam, logo após o crime, que Gilson levava na cintura uma garrafa
de água. A suposta arma que Gilson estaria portando, segundo a versão do
policial, não aparece nos vídeos.
O policial militar lotado na Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) do
22º Batalhão da Polícia Militar (BPM) foi levado por uma viatura até a
Delegacia de Campina Grande do Sul. Uma versão apresentada por grupos de
policiais, por meio do WhatApp, de maneira informal, revela que Gilson
chegou a sacar a arma, um revolver calibre 38. “O PM solicitou que ele
soltasse a arma e diante da negativa e na iminência de ser ferido,
efetuou dois disparos de arma de fogo que vieram a atingir o Sr.
Gilson”.
Sobre o sumiço da arma, a versão informal do policial é que ele teria
retirado do chão e guardado, por questão de segurança, já que várias
pessoas teriam começado a se aproximar do corpo. O artigo 347 do Código
Penal do Brasil diz sobre a fraude processual, onde consiste em
modificar o local do crime, os objetos relacionados ao crime ou mesmo o
estado das pessoas envolvidas. A reportagem da Banda B esteve no local e
policial militares que estavam no atendimento preferiram não gravar
entrevista.
A Banda B conversou com diversas pessoas no local e não encontrou
testemunhas que tivessem visto a suposta arma de Gilson. Já procurada
pela redação na tarde de ontem, a assessoria da Polícia Militar (PM)
informou que está recolhendo informações sobre o caso e que vai se
pronunciar nesta manhã.
Portal Banda B..
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