O pedido de impeachment da presidente
Dilma Rousseff (PT) foi aprovado na Câmara dos Deputados. A aprovação,
contudo, não afasta Dilma imediatamente da Presidência da República.
Isso só pode ocorrer após a análise do Senado. Após quase dez horas de
votação, o placar final da votação foi: 367 votos a favor do
impeachment, 137 contra, além de 7 abstenções e 2 ausentes. Para ser
aprovado na Câmara, o processo dependia do voto de no mínimo 342 dos 513
deputados, ou dois terços do total. O processo de votação começou por
volta das 17h45, e teve vantagem dos votos pró-impeachment desde o
começo. Em suas declarações de voto, os parlamentares alternaram
cumprimentos e homenagens à família com slogans a favor ("Tchau,
querida!") e contra ("É um golpe!") o afastamento de Dilma. O deputado
Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o voto que selou a aprovação do impeachment
da presidente. A sessão começou com confusão -- os parlamentares
contra o impeachment reclamaram ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que havia colegas se manifestando a favor do impedimento
atrás da mesa da Casa. Houve gritaria e empurra-empurra. Após as
orientações de voto das lideranças dos partidos, a votação começou. Na
história política brasileira, é a segunda vez que o processo de
impedimento de um presidente da República recebe o aval da Câmara dos
Deputados. A primeira foi em 29 de setembro de 1992, quando o então
presidente Fernando Collor de Mello, do PRN, teve seu pedido de
afastamento acolhido com o voto de 441 deputados (outros 38 votaram
contra, um se absteve e 23 não compareceram à sessão). Próximos passos.
O Senado deve começar ainda neste mês a apreciar a denúncia apresentada
contra Dilma. Em linhas gerais, os senadores votarão primeiro para
dizer se concordam ou não com a instauração do processo. Para avançar, o
impeachment precisará do voto da maioria, isto é, de pelo menos 41 dos
81 senadores. Se o processo for de fato aberto, a presidente se
afastará do cargo por um período de seis meses (180 dias). Terá início,
então, a discussão e análise da denúncia, com apresentações da acusação e
da defesa, sob o comando do presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), Ricardo Lewandowski. Esse processo culminará com o
julgamento final dos senadores, em votação nominal e aberta no plenário:
Dilma será afastada definitivamente da Presidência da República se dois
terços do Senado (54 dos 81 senadores) julgarem que ela cometeu crime.
Nesse caso, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), assume,
com a missão de cumprir o mandato restante até o fim, no dia 31 de
dezembro de 2018. A favor do impeachment: Alex
Canziani (PTB); Alfredo Kaefer (PSL); Christiane Yared (PR); Diego
Garcia (PHS); Dilceu Sperafico (PP); Evandro Roman (PSD); Fernando
Francischini (SD); Giacobo (PR); Hermes Parcianello (PMDB); João Arruda
(PMDB); Leandre (PV); Leopoldo Meyer (PSB); Luciano Ducci (PSB); Luiz
Carlos Hauly (PSDB); Luiz Nishimori (PR); Marcelo Belinati (PP); Nelson
Meurer (PP)
Nelson Padovani (PSDB); Osmar Serraglio
(PMDB); Paulo Martins (PSDB); Ricardo Barros (PP) Rubens Bueno (PPS);
Sandro Alex (PSD); Sergio Souza (PMDB); Takayama (PSC); Toninho
Wandscheer (PROS); Contra o impeachment: Aliel Machado (Rede); Assis do Couto (PDT); Enio Verri (PT) e Zeca Dirceu (PT)
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