Um relatório da Polícia Federal aponta que o conselheiro do Tribunal
de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) Fernando Guimarães recebeu R$ 37
mil do Instituto Confiancce, no ano de 2010. Os policiais investigam
indícios de fraude entre a entidade e prefeituras paranaenses. A mulher
do conselheiro, Kelli Guimarães, é citada em vários inquéritos, que
investigam crimes como formação de quadrilha, falsidade ideológica,
peculato e lavagem de dinheiro.
Segundo o documento, Fernando Guimarães descontou cheques do
Instituto Confiancce na conta corrente dele. A polícia investiga se esse
dinheiro tinha relação com uma das fraudes investigadas, no município
de Santa Helena, oeste do Paraná.
À época dos contratos investigados, Kelli era funcionária do
Confiancce, que era gerido pela tia dela, Cláudia Galli, e por Paulo
Roberto Martins, presos em uma operação policial.
Na investigação sobre o conselheiro e a mulher, a Polícia Federal
cita que Fernando Guimarães era conhecido como “inimigo das Oscips
(Organizações da sociedade civil de interesse público)”, entidades que
firmam contratos com o poder público para a prestação de serviços. No
entanto, essa postura teria mudado a partir de 2006, quando o
conselheiro conheceu Kelli.
Os policiais também quebraram o sigilos telefônicos e de e-mails de
Kelli Guimarães. Em uma troca de e-mails, a mulher do conselheiro diz
que não participava do financeiro e não sabia qual era o faturamento
mensal do instituto. Já durante uma conversa telefônica, ela desabafa
sobre não gostar de trabalhar com a tia no Confiancce.
Kelli e Fernando foram procurados para comentar as investigações.
Ela disse que apenas assinou os contratos com as prefeituras como
procuradora do instituto. O conselheiro afirmou que nunca sacou nenhum
cheque do Confiancce e não sabe qual cheque seria esse investigado. Ele
também pontuou que algumas vezes depositou na própria conta os salários
que Kelli recebia do instituto, pois são casados em comunhão de bens.
Em nota, o TCE-PR informou que não foi notificado sobre o
envolvimento de qualquer um dos membros da corte de contas com o
instituto investigado. O advogado de Cláudia Galli e Paulo Martins disse
que o indiciamento dos dois não representa culpa e que ainda não houve
oportunidade para defesa.
O relatório da PF foi encaminhado para o Tribunal Regional Federal da
4ª Região, em Porto Alegre, pois Fernando Guimarães tem prerrogativa de
foro, por ser conselheiro do TCE-PR.
do G1
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