do Esmael Moraes
Um velho conhecido dos paranaenses deverá ser a grande “novidade” das
eleições de 2014. Trata-se do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que já
governou o Paraná em três oportunidades. Sua candidatura é vista pelo
PT como uma forma de evitar a vitória do governador Beto Richa em
primeiro turno e garantir um tira-teima entre o tucano e a ministra
Gleisi Hoffmann. “A entrada dele é bem-vinda; ajuda no segundo turno”,
diz o ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi. “É uma candidatura
natural; ele foi o maior vencedor da política paranaense”, reforça o
deputado André Vargas (PT-PR).
Requião se diverte com os movimentos do PT. “Estão achando que eu vou
entrar com a missão de apenas confrontar o desgoverno do Beto”, disse
ele ao 247. “Mas minha indignação não é seletiva. Como eu posso apoiar o
que a Gleisi fez nos portos? Vou bater duro neles também”, afirma o
senador, que iniciou sua carreira política como advogado dos portuários
de Paranaguá.
Para ser candidato, no entanto, ele terá antes que vencer uma disputa
no próprio PMDB, que poderá ser cooptado pelo governador Richa. Desde
que sofreu uma derrota humilhante nas eleições municipais, sem conseguir
fazer com que seu candidato chegasse sequer ao segundo turno, Richa tem
ouvido mais seus aliados – e pretende não repetir os erros na política.
Sua tarefa principal, neste momento, é tentar manter o apoio do PMDB.
Aliados de Requião, no entanto, tratam a candidatura como inevitável,
pois seria a única forma de garantir a sobrevivência do partido no
estado e eleger uma forte bancada de deputados federais. Além disso, em
2014, Requião estará na metade do seu mandato de oito anos e não terá
nada a perder, caso decida mesmo concorrer ao Palácio Iguaçu. Segundo o
senador, há até diversas alas do PT que gostariam de vê-lo como o
candidato único da base, no lugar da ministra Gleisi Hoffmann.
Até para os adversários do senador, sua entrada na disputa acrescenta
elementos imponderáveis. Segundo o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet,
que apoia Gleisi Hoffmann, Requião não largaria com menos de 20% – e
seria a garantia de segundo turno. Fruet afirma que Requião hoje tem uma
rejeição alta, sobretudo na capital Curitiba, mas não subestima seu
potencial de votos.
A candidatura, no entanto, ainda não convenceu Requião, que já
governou o Paraná por 12 anos. Hoje, uma hipótese que ele não descarta é
propor uma discussão no próprio PMDB sobre candidatura própria à
presidência da República em 2014. Em conversas com aliados, ele tem dito
que a presidente Dilma fez concessões em excesso à direita, mais até do
FHC faria, e afirma que gostaria de propor, no PMDB e fora dele, um
debate sobre a construção de uma estratégia nacional para o País.
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