O que vem fazer o Senhor, portanto, com sua Ressurreição, senão
devolver-nos a graça, a vida divina que por nossos pecados havíamos
miseravelmente perdido? De fato, ensina-nos São Paulo, em passagem
contundente de uma de suas cartas, "se Cristo não ressuscitou, a vossa
fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados" (1Cor 15,
17). Vencendo claramente a morte, que foi o castigo infligido aos
nossos pais pelo pecado, o que Nosso Senhor fazia, na verdade, era pisar
sobre a cabeça da serpente maligna, destruindo, a um só e mesmo tempo, o
mal do pecado, o seu autor e a sua consequência mortífera.
Assim como, porém, um remédio só traz a saúde a quem dele bebe — e o
cálice da salvação só salva os que dele tomam parte (DH 624) —, o
mistério da Ressurreição precisa ser aplicado concretamente na vida de
cada batizado, pois só assim pode render frutos. Nosso Senhor realmente
morreu e ressuscitou para a nossa salvação (propter nostram salutem,
como rezamos no Credo), mas, como Ele mesmo diz, "quem não crer já está
condenado" (Jo 3, 18), pelo que só através da fé, pois os justos de Deus
vivem por ela (cf. Rm 1, 17), podemos entrar verdadeiramente em contato
com a carne gloriosa do Senhor e receber a sua graça, a sua virtude, a
sua força.
É exatamente para reavivar a fé em seus discípulos, virtude que neles fôra sepultada com o corpo de Cristo no entardecer da Sexta-feira Santa, que Jesus Ressuscitado lhes aparece, ainda por quarenta dias, antes de ascender aos céus e sentar-se à direita do Pai. Durante todo esse período, para o qual a liturgia da Igreja alarga a celebração da Páscoa do Senhor, a grande lição que fica para nós, cristãos aparentemente longínquos do século XXI, é que a presença de Cristo pela fé e pelos sacramentos é muito mais poderosa e eficaz do que qualquer convívio meramente físico com o Salvador. Quando O comungamos, por exemplo, ou fazemos um ato de fé nEle, tenhamos certeza, a sua santíssima humanidade toca real e profundamente o mais íntimo de nosso ser, elevando-nos cada vez mais à participação na vida trinitária, na natureza do próprio Deus (cf. 2Pd 1, 4).
É exatamente para reavivar a fé em seus discípulos, virtude que neles fôra sepultada com o corpo de Cristo no entardecer da Sexta-feira Santa, que Jesus Ressuscitado lhes aparece, ainda por quarenta dias, antes de ascender aos céus e sentar-se à direita do Pai. Durante todo esse período, para o qual a liturgia da Igreja alarga a celebração da Páscoa do Senhor, a grande lição que fica para nós, cristãos aparentemente longínquos do século XXI, é que a presença de Cristo pela fé e pelos sacramentos é muito mais poderosa e eficaz do que qualquer convívio meramente físico com o Salvador. Quando O comungamos, por exemplo, ou fazemos um ato de fé nEle, tenhamos certeza, a sua santíssima humanidade toca real e profundamente o mais íntimo de nosso ser, elevando-nos cada vez mais à participação na vida trinitária, na natureza do próprio Deus (cf. 2Pd 1, 4).
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