A Polícia Rodoviária Federal (PRF) escoltou, por volta das 4 horas da
madrugada de hoje (25), um comboio de seis caminhões-tanque carregados
com combustível de aviação, desde a refinaria da Petrobras em Araucária
(PR) até o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais
(PR), na Grande Curitiba. Os voos estão partindo nesta sexta-feira.
Já as reservas de querosene de aviação no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck,
em Brasília, só são suficientes para a manhã de hoje, segundo a
concessionária Inframerica. A paralisação dos caminhoneiros, que chega
ao quinto dia em todo o país, impede que o combustível chegue até o aeroporto. Dois voos precisaram ser cancelado no início desta manhã.
Em Curitiba, praticamente todos os postos de combustíveis estão
fechados, sem etanol e gasolina. A paralisação dos motoristas afetou
feiras e indústrias. Os aeroportos já operavam com restrições na
quinta-feira por falta de combustível e alguns supermercados chegaram a
limitar o número de itens por compra.
Ainda assim, os ônibus circulam normalmente nesta sexta-feira em
Curitiba e Região, em razão da escolta feita pela Guarda Municipal ontem
(24), pra que caminhões-tanque chegassem até às garagens das empresas.
Segundo a PRF, às 10 horas, havia 79 pontos de protesto na rodovias
federais que cruzam o Paraná. Na BR-376, em Tijucas do Sul, a pista foi
bloqueada hoje, sentido Curitiba.
Porto de Paranaguá
As rodovias que dão acesso ao Porto de Paranaguá continuam bloqueadas
por caminhoneiros que protestam contra impostos e os preços do óleo
diesel. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa)
informou ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo
Estado) que as operações de granéis estão em queda desde a
segunda-feira, 21, quando a manifestação teve início, e dados
atualizados sobre o impacto devem ser divulgados ainda na manhã desta
sexta.
Até a quinta-feira, 24, o movimento diário recuava 27%, de 150 mil toneladas para 110 mil toneladas.
Com quatro dias de paralisação, os estoques de grãos para exportação
nos armazéns estavam em 51% da capacidade total do porto. Com isso, foi
registrada redução nas exportações de granéis de 15 mil toneladas por
dia, passando de 85 mil para 60 mil toneladas diárias, indica o
levantamento mais recente da Appa.
Já a importação de fertilizantes foi interrompida ontem em berços de
atracação em que o transporte da carga é feito por caminhões. Apenas os
berços que operavam com esteiras continuavam funcionando.
Desta forma, a movimentação de desembarque de fertilizantes diminuía
de 25 mil toneladas ao dia para 10 mil toneladas. A movimentação de
granéis líquidos, no entanto, mantinha sua média diária de 40 mil
toneladas.
Acordo
Ontem, após sete horas de reunião entre governo e representantes dos
caminhoneiros, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou que
houve acordo pela suspensão da greve por 15 dias.
Nove das 11 entidades presentes aceitaram a proposta do Executivo,
que prevê prazo de 30 dias para reajustes no preço do diesel. Esta era
uma das principais demandas dos caminhoneiros, que queriam mais
previsibilidade nos reajustes.
No entanto, na manhã desta sexta-feira, foram verificados pontos de protestos em rodovias pelo País.
Para não interferir na política de preços da Petrobras e ao mesmo
tempo garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia
(Fazenda) informou que haverá um mecanismo de compensação à Petrobras a
cada 30 dias, que terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a
estatal adotaria e o efetivamente adotado.
“O compromisso da Petrobras (de desconto no preço do diesel) é por 15
dias. Depois, a política volta normalmente. A política de preços
continua preservada até a porta da refinaria”, assegurou Guardia. O
acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do
desconto de 10% no diesel por 30 dias. Ontem, a Petrobras anunciou a
medida por 15 dias, que será bancada pela estatal. A União se compromete
a pagar uma compensação financeira à Petrobras pelos outros 15 dias
acordados para “garantir a autonomia” da estatal.
Segundo Guardia, a partir do segundo mês, a União arcará com o valor
entre o preço que a Petrobras adotaria e o adotado. Já o ministro da
Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o reajuste no preço do
diesel a cada 30 dias está garantido “pelo menos até o fim do ano”.
A estimativa inicial do Ministério da Fazenda é que esta compensação
pelo desconto de 10% por 15 dias represente R$ 350 milhões, porém o
valor ainda terá que ser atualizado. Segundo Guardia, o governo terá
“dotação orçamentária para fazer frente a essa despesa” e também a
compensação a cada mês.
Depois dos 15 dias de suspensão da greve, haverá uma nova reunião
entre as entidades e o governo para verificar como está o cumprimento
dos 12 itens que constam no acordo. Também consta entre compromissos a
realização de encontros periódicos a cada duas semanas. Padilha
ressaltou que Temer autorizou o acordo.
FONTE BANDA B..
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Publicado primeiro em Portal Banda B » Protestos crescem e combustível praticamente acaba em Curitiba; escolta garantiu Afonso Pena.
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