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A Polícia Militar foi chamada para atender um caso de agressão dentro
do Hospital Evangélico, em Curitiba, na tarde desta sexta-feira (13). A
denúncia, feita por várias testemunhas, é de que um médico teria
chutado a cabeça de um homem que esperava por atendimento há cerca de
três horas e gritava de dor. O profissional também teria arrancado o
extintor de incêndio da parede e jogado no chão. A Banda B foi até o
local e ouviu o relato de diversas pessoas que garantem ter presenciado a
agressão ao pedreiro Valdeci Conrado da Silva, de 52 anos.
“Nunca vi uma coisa dessas. O médico saiu lá de dentro, disse que não
ia atender ninguém dali e chutou a cabeça do homem que estava no chão
chorando, implorando por ajuda. Ele gritava de dor há horas. Gente, isso
aqui é um açougue? Somos bichos? Matam e jogam no chão? “, disse Eliane
Schimidt, uma das testemunhas, que aguardava no local o atendimento à
filha.
De acordo com informações apuradas pela Banda B no local, várias
pessoas aguardavam atendimento desde no início da tarde, na recepção do
Hospital Evangélico. O pedreiro Valdeci Silva chegou por volta das 14
horas, amparado por colegas de trabalho. Ele gritava e dizia que estava
sentindo muita dor nas costas. Uma das pernas estava travada, relatam
testemunhas.
A esposa dele, Carmen Lucia Lobato, que é copeira, contou que foi
chamada no trabalho e chegou no hospital por volta das 14h30. Encontrou o
marido em desespero, de tanta dor. “Ele gritava de dor, desmaiava e
voltava. A gente pediu ajuda, mas uma funcionária chegou a rir da nossa
cara. Até que todos começaram a gritar exigindo que meu marido fosse
atendido. Foi aí que um médico saiu e disse que a prioridade dele era
atender as ambulâncias e que não ia atender ninguém dali. Meu marido
estava no chão, ele chutou a cabeça dele e foi pra dentro. Ninguém
acreditou”, contou a esposa, que também começou a passar mal com pressão
alta.
Outra testemunha confirmou a agressão. Simone Evelin de Castro foi
até o hospital com o irmão, que estava ferido após um acidente de moto.
Segundo ela, todos ali se comoveram e se revoltaram com a situação do
pedreiro. “Eu vi tudo. Estamos aqui desde às 14 horas e por mais de três
horas ninguém foi atendido. Este homem chegou passando muito mal.
Imploramos pra que ele fosse atendido. Ele gritava e chorava de dor e o
médico saiu lá de dentro e chutou a cabeça dele. Fiquei tão nervosa que
nem acreditei”, afirmou.
Segundo relato das testemunhas, o paciente foi levado de maca para
dentro do atendimento no hospital quando todos começaram a gritar que a
imprensa estava chegando. “Foi aí que recolheram ele e a minha filha,
que caiu no trabalho. E quando levaram falaram que não adiantava pedir
informação que não iriam dar. E agora? Como a gente fica aqui fora? Cadê
o diploma deste médico? Ele é um médico ou um cavalo?”, completou a
moradora do Jardim Pinheiro, Eliane Schimidt.
Boletim de Ocorrência
A Polícia Militar foi acionada tanto pela direção do hospital, em
razão do tumulto provocado pelas pessoas que aguardavam atendimento,
quanto pelas testemunhas por causa da agressão ao paciente. Os policiais
conversaram com funcionários, mas não há informação se chegaram a ouvir
o médico acusado da agressão, já que ele saiu pelos fundos do hospital e
foi embora de carro. O nome do médico não foi informado à reportagem.
A Banda B tentou contato com a assessoria do Hospital Evangélico, mas
não obteve retorno. Até o fechamento desta reportagem, não havia
nenhuma informação sobre o estado de saúde do pedreiro agredido. A
esposa dele lamentou. “Meu marido está lá dentro e não sabemos como está
sendo tratado, como ele está. Ele não chegou aqui porque levou tiro
roubando, ele chegou aqui do trabalho. É um trabalhador e merece
respeito”, completou a esposa.
O Boletim de Ocorrência foi registrado e a esposa e as testemunhas
foram orientadas pela PM a procurar o 3 Distrito Policial no início da
próxima semana para confirmar a denúncia de ameaça e agressão, dando
assim continuidade ao processo.
Nota da prefeitura de Curitiba
A assessoria da prefeitura de Curitiba, que é uma das parceiras do
Hospital Evangélico, também foi procurada pela Banda B para se
manifestar a respeito da agressão. Em nota, a prefeitura informou:
“Quanto à denúncia de agressão é um caso que deve ser levado à
administração do Hospital Evangélico para que seja apurado e
providências sejam tomadas. Situações que envolvem a conduta médica são
afetas à direção da instituição hospitalar, a Prefeitura não tem
gerência nesses casos.
A vítima de agressão deve fazer boletim de ocorrência e encaminhar a
denúncia à Ouvidoria do SUS e também pode fazê-lo pelo serviço 156, já
que o Hospital Evangélico é um prestador de serviços.
Tendo em vista a informação dada de que não haveria mais o
pronto-atendimento, a Prefeitura fez contato com a direção do hospital
que informou que isso será normalizado ainda hoje. O que ocorreu,
segundo informações do hospital repassadas à Prefeitura, foi uma
convergência de ambulâncias com casos de emergência e urgência em que os
atendimentos são prioritários.”, diz a nota.
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