Da Redação
O prefeito de Araucária, município da Região Metropolitana de
Curitiba, Rui Sergio Alves de Souza (PTC), preso na manhã desta
terça-feira (20), comandava um esquema de concussão na prefeitura, que é
quando um agente público exige vantagem indevida para si ou para outra
pessoa. A fraude foi descoberta pela Promotoria do Ministério Público de
Araucária com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado). Segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, o
prefeito Rui exigia dinheiro de empresas com créditos a receber para dar
prioridade de pagamento.
“O prefeito pedia dinheiro para liberar o pagamento de contratos
prestados à prefeitura; ou seja, pedia uma contrapartida para colocar o
pagamento da empresa que aceitava a chantagem na frente na fila de
contas a pagar. Temos de concreto o pagamento feito pessoalmente ao
prefeito ainda antes dele assumir a prefeitura em julho, quando ainda
era vice. Esse pagamento foi feito e há gravação disso por uma empresa
que venceu um processo de licitação”, afirmou o promotor. Segundo o
Gaeco, o prefeito teria exigido desta empresa R$ 500 mil, mas teria
recebido até agora uma das parcelas de R$ 20 mil.
A prisão do prefeito e do ex-secretário de finanças Fabio Antonio da
Rocha aconteceu na manhã desta terça-feira dentro da “Operação Fim de
Feira”, desenvolvida pelo, do Ministério Público do Paraná. Rocha teve a
prisão temporária decretada. “O ex-secretário cumpria as ordens
ilícitas do prefeito e cuidava da parte burocrática para promover o
pagamento a essas empresas que aceitavam pagar o suborno”, afirmou
Batisti. Segundo o Gaeco, até o momento, há a confirmação do crime de
concussão em duas empresas, mas o MP acredita que o número de
empresários que sofreram estas exigência ilícitas seja maior.
A prisão preventiva do prefeito e a temporária do ex-secretário foram
determinadas pelo Tribunal de Justiça do Paraná, que, a pedido do Gaeco
e das Promotorias de Justiça de Araucária, também determinou o
afastamento do prefeito do cargo. Ainda como parte da operação, foram
cumpridos mandados de busca e apreensão, inclusive na residência do
prefeito e em gabinetes da prefeitura, num total de 11 locais.
O prefeito preso foi eleito como vice, mas passou a ocupar a chefia
do Executivo porque seu companheiro de chapa renunciou por questões de
saúde. Agora, com o afastamento do prefeito, o cargo deve ser assumido
pelo presidente da Câmara Municipal da cidade.
Servidores
Segundo o promotor de Araucária, David de Aguiar, há ainda a
investigação de denúncias de que o esquema também envolveria servidores
que foram exonerados ou dispensados de cargos de comissão. “Estamos
investigando denúncias de que também servidores teriam sofrido a
exigência de pagar determinadas quantias para conseguirem receber as
rescisões. Mas isso o MP ainda vai apurar”, afirmou o promotor.
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