Funcionários e direção participaram de audiência na tarde desta
quinta-feira. Vários serviços foram suspensos por falta de verba.
(Fotos: Flávia Barros – Banda B)
Os funcionários e a direção do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (HUEC) realizaram uma audiência para avaliar a situação financeira da instituição na tarde desta quinta-feira (24). Segundo o Sindesc, sindicato que representa os trabalhadores, sem ajuda, o HUEC pode fechar as portas.
“Se não houver a contribuição das entidades mantenedoras e de toda a
sociedade, o Evangélico deixará de funcionar e isso será um prejuízo
incalculável para toda a cidade. O quadro é crítico, essa semana
terminaram de transferir o salário de novembro, mas não há perspectiva
para o 13º e o pagamento de dezembro”, disse Isabel Cristina Gonçalves,
presidente do Sindesc, em entrevista à Banda B.
Sem recursos suficientes, desde segunda-feira (21) o hospital
suspendeu atendimentos para pacientes do Samu e Siate, além do
agendamento de cirurgias eletivas – aquelas que podem ter uma data
definida. A partir do dia 28, a instituição também vai deixar
de realizar consultas ambulatoriais, exames laboratoriais e de imagem
por tempo indeterminado.
De acordo com Isabel, os funcionários passaram o ano todo aceitando
atrasos no salário e sugestões de parcelamento do 13°. “Eles são
guerreiros, por passar por tudo isso. Mas não dá mais, todos têm contas,
juros e famílias para sustentar”, completou. Em assembleia na tarde de
hoje, a categoria decidiu realizar uma manifestação em frente ao prédio
da prefeitura de Curitiba – o ato ainda não tem data para acontecer.
Caso não haja melhorias, o sindicato não descarta a possibilidade de
greve geral.
O interventor do Evangélico, Carlos Senna Motta, disse que já enviou
um pedido ao Ministério da Saúde para adquirir novas habilitações ao
hospital, que somam R$ 3 milhões de reais por mês. “ Nós queremos
proporcionar o aumento da receita, que hoje gira em torno de R$ 10
milhões mensais. O que nós esperamos é que todos os segmentos da
sociedade olhem com carinho para a nossa situação. Agora, não estamos
fechando, mas sim adequando os nossos serviços aos recursos que temos”,
explicou.
Ele ainda ressaltou que os setores de queimados e de pessoas que
fazem quimioterapia ou imunoterapia estão abertos normalmente. Como
resultado da paralisação dos atendimentos feitos pelo Samu e Siate, a
demanda de pacientes emergenciais em casos clínicos ou de trauma
(acidente ou crime) deve aumentar no Hospital Cajuru e no Trabalhador,
na capital. Na região metropolitana, existem como alternativas o
Angelina Caron (Campina Grande do Sul), o Nossa Senhora do Rocio (Campo
Largo), além dos municipais de São José dos Pinhais e Araucária.
Para o diretor da área de Saúde do grupo Marista, Álvaro Quintas,
responsável pela gestão do Hospital Cajuru, um possível fechamento do
Evangélico causaria um impacto muito grande nas outras instituições.
“Nós temos certeza que enfrentaríamos um aumento da mortalidade e também
a piora da saúde da população, por isso, precisamos de ajuda”,
finalizou.
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