Um adolescente de 17 anos foi apreendido no fim da tarde desta
segunda-feira (24) suspeito de matar o estudante Lucas Eduardo Araújo
Mota, de 16 anos, no Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba. A
informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública e
Administração Penitenciária do Paraná (Sesp), que informou ainda que a
motivação do crime foi um descontrole a partir do uso de uma droga
sintética.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Wagner
Mesquita, os dois adolescentes teriam feito o uso de uma droga conhecida
como ‘balinha’, o que provocou o descontrole de ambos no local.
“Segundo relato do menor autor do crime, eles dividiram uma droga
sintética que chamam de balinha. Foram então até o alojamento, onde
tiveram uma discussão. O Lucas teria partido para a agressão e o autor
do crime teria tentado se defender. Logo na sequência dos fatos, o
adolescente de 17 anos pulou o muro e fugiu do local. Ele acabou detido
em casa”, explicou.
O adolescente foi encontrado morto no começo da tarde desta
segunda-feira (24). De acordo com a Polícia Militar, Lucas foi ferido
por um ‘objeto cortante’, provavelmente uma faca. O Corpo de Bombeiros
ainda tentou reanimar a vítima, que morreu no local. O autor do crime
estava em casa no momento em que foi detido pelo serviço reservado da
PM. Segundo o delegado Fábio Amaro, da Divisão de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), o autor do crime e a vítima eram amigos.
Durante a coletiva, Mesquita afirmou que outras pessoas podem ser
responsabilizadas pelo crime, como pessoas maiores de idade que estavam
como responsáveis na escola e até mesmo pais de estudantes que ocupam a
escola. “Temos notícia de coma alcoólico e outras situações que mostram
falha de tutela”, disse.
Dentro da escola
Segundo a advogada Tânia Mandarino, do grupo Advogados pela
Democracia, os estudantes da escola ficaram muito abalados com tudo o
que aconteceu no local. Ela ainda criticou os métodos usados pela
Polícia Civil com os demais estudantes que estavam na escola. “É
desumano manter os alunos dentro de uma sala depois de tudo o que
aconteceu. Eles foram submetidos ao desconforto de uma cena de crime sem
amparo psicológico como é garantido pela Constituição para eles”,
declarou.
Reações
O Ministério Público do Paraná disse que, desde as primeiras
informações sobre a morte de um adolescente no interior do Colégio
Estadual Santa Felicidade, dois promotores de Justiça foram designados
pela Procuradoria-Geral de Justiça para acompanhar o caso. Felipe
Lamarão de Paula Soares e Emiliano Antunes Motta Waltrick foram até a
instituição de ensino para acompanhar as investigações com o intuito de
garantir rigor e transparência à apuração do caso. “Além disso,
ressaltando-se que o Ministério Público do Paraná vem acompanhando,
desde o princípio, o movimento de ocupação nas escolas, encontram-se
reunidos, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, procuradores e
promotores de Justiça com atuação nas áreas de Educação, Direitos
Humanos e Infância e Juventude, para traçar estratégias de intervenção
institucional, visando à superação da situação que se apresenta”,
informou em nota.
A Procuradoria-Geral do Estado disse que nada tem a declarar sobre o
fato em si, que será investigado pela Polícia Civil, mas divulgou um
posicionamento oficial. “Sejam quais forem as circunstâncias, o
lastimável acontecimento reforça a tese defendida pelo Governo do Estado
de que as invasões às escolas colocam em risco a integridade física e
psicológica dos menores que participam do movimento, razão pela qual a
Procuradoria tem buscado, por todas as formas, realizar as desocupações
amparando-se em ordens judiciais”.
O governador Beto Richa lamentou a morte de Lucas e disse
que a ocupação de escolas no Paraná “ultrapassou os limites do bom senso
e não encontra amparo na razão”. Confira a nota completa do governador clicando aqui.
O movimento ‘Ocupa Paraná’ disse a notícia foi recebida com muita
tristeza por todos aqueles que lutam por uma educação pública de
qualidade no Brasil. O grupo ainda negou que ele estivesse entre os
alunos que ocupam a escola. Leia a nota completa do grupo clicando aqui.
Já a APP-Sindicato lamentou o que apontam como uma tentativa de
relacionar o fato com o sindicato. “Infelizmente neste momento triste,
surgem tentativas de criminalização do movimento legítimo dos estudantes
e vinculação do sindicato ao episódio. A APP-Sindicato repudia tais
ações. Assim como a sociedade paranaense, esperamos a apuração do caso
pelos órgãos competentes”.
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