GERALDO NOTÍCIAS: MISSA DO DIA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR..

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domingo, 27 de março de 2016

MISSA DO DIA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR..





Meus irmãos e minhas irmãs no Senhor Ressuscitado!
Aleluia! Jesus Ressuscitou Verdadeiramente, Aleluia!
Celebramos neste dia o mistério central de nossa vida cristã: a vitória da graça sobre o pecado e a inauguração de um novo tempo, tempo de graça, de santidade, de vida, vida plena e vida eterna. Tempo de esperança e tempo de paz no Senhor Ressuscitado!
É o primeiro dia da semana, o dia da ressurreição narrado pelo Evangelista João (20,1-9) na liturgia de hoje. A vida venceu a morte. A ressurreição de Cristo é a consciência dos seus discípulos de que ele vive e não é abandonado pelo Pai, mas confirmado na vida e confirmado também na obra que ele levou a termo.
Hoje, Deus cumpriu o que prometera aos homens: “Ressuscitou-o [seu filho] ao terceiro dia e tornou-o manifesto...” É o mesmo sentido que aparece no Evangelho de Emaús, lido na celebração vespertina da missa de hoje: Jesus mesmo mostra que as Sagradas Escrituras prefiguravam seu caminho. Mas agora, Ele vive e, quando o pedimos, fica conosco e se nos dá a conhecer no “partir o pão”, na celebração da comunidade cristã.
Na missa matutina, o Evangelho é outro: a corrida de Pedro e do misterioso “discípulo amado” ao sepulcro. Pedro tem a precedência, embora o outro impulsionado pelo generoso amor tenha corrido mais rápido. Pedro entra primeiro e vê. O outro vem depois: vê e crê! O amor é que faz reconhecer nos sinais da ausência – as faixas, o sudário, a presença, transformada e gloriosa de Cristo. “Crê, só agora, porque até então não tinha entendido as Escrituras que significam a ressurreição de Cristo dos mortos ao terceiro dia”.
Meus irmãos,
Celebramos hoje o grande milagre da nova criação. Domingo é o dia do Senhor, o “Dies Domini”. A ressurreição de Jesus, como também a nossa ressurreição, é assunto de fé. Pode-se buscar explicações e conveniências. Elas estarão sempre aquém do fato divino. É diferente do brotar do trigo no campo e dos astros que se mantém no espaço. Porque eles tem explicações. A Páscoa não se explica. A Páscoa se crê. É o maior dos milagres. Só a fé é capaz de assimilá-lo.
Diante do milagre, as palavras se apequenam. Compreende-se a sobriedade dos Evangelistas em narrar a Páscoa. No Evangelho de hoje está acentuado o ver. Viu Maria Madalena, viu Pedro, viu João. E João completa: “Viu e acreditou” (Jo 20, 8). O verbo ver, no Evangelho de hoje, tanto o ver físico, quanto o ver espiritual, carrega em si as sementes do crer e faz brotar a fé.
Por isso, todos nós somos convidados a ver, a crer e a compreender a Escritura. A escritura serve de base e garantia lídima de nossa fé. A garantia da verdade não são os olhos que vêem, nem a mente e o coração que compreendem. A Palavra de Deus é segura: “Eterna e estável como os céus é a tua Palavra, Senhor!” (Sl 119, 89).
Meus irmãos,
No Cristo Ressuscitado renascem o novo homem e a nova mulher, e com eles a nova criação. A grande e secreta esperança da humanidade se realiza. Livres do que poderia nos manter escravos de nós mesmos e de nossos caprichos, livres também daqueles que nos manteriam escravos de seus próprios planos opressores, podemos marchar para a vida, num novo êxodo. Estamos livres para amar e para cantar com a Liturgia deste dia Santo: “Cantai, cristãos, afinal! Salve, ó vitima pascal! Cordeiro inocente, o Cristo, abriu-nos do Pai o aprisco!” Cristo nos faz novas criaturas e no Batismo somos imersos nesta vida nova que nos vem dele.
Nossa vocação é crescermos em Cristo, em direção a esse homem/mulher novo, livre, maduro, puro e lindo, tal como o Criador nos pensou desde a eternidade. Reassumir como novo vigor a nossa vocação batismal é um compromisso irrecusável nesta Páscoa.
Já temos a certeza que Cristo venceu. Agora só nos resta viver e celebrar essa vitória na esperança de que também nós venceremos, chamados que somos à luz, à vida, à liberdade, à alegria imorredoura.
Meus irmãos,
Se é verdade que a ressurreição é obra exclusiva de Deus, é também verdade que ela tem a ver com a vida presente, restaurada pela morte e ressurreição de Jesus.
A vida presente, modifica-se na medida de nossa fé na ressurreição. Por isso, os Apóstolos, em suas pregações e cartas, insistiram tanto que a vida presente deve ser pautada pela esperança da vida futura. Não como um consolo pelas possíveis desgraças sofridas aqui, mas como um retorno pleno à vida divina, de onde saímos.
Fomos criados por um gesto de amor. Ressuscitamos por um outro gesto de amor extremado: a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Ao celebramos o dom da vida, elevemos a Deus, o autor e restaurador da vida plena, na nova vida eterna, pelo dom da nossa vida, um canto de ação de graças, para que, configurados pela ressurreição do Salvador, possamos ser testemunho desta luz brilhante que é o Senhor Ressuscitado! Amém. Aleluia!

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