O senador Delcídio do Amaral (PT-MS)
firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) um acordo de delação
premiada em troca de possível redução de pena. Ex-líder do governo Dilma
Rousseff, Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, por ordem do
Supremo Tribunal Federal (STF), após ter ficado 87 dias na cadeia
acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Na
delação, Delcídio fez acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e a presidente Dilma Rousseff, conforme revelou edição da
revista "IstoÉ" que circula nesta quinta-feira (3 de março). Disse que
Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que Dilma
agiu para interferir na Lava Jato. Logo após estes fatos, Dilma marcou
uma reunião de emergência. A TV Globo confirmou que o acordo foi
assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi
objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado. O advogado do
senador do PT, Antonio Figueiredo Basto, disse que não fará comentários
sobre a delação premiada de seu cliente, embora a revista tenha
divulgado trechos das revelações feitas pelo parlamentar à PGR.
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF), decidir se vai homologar o acordo ou
não. Se não for homologado, o acordo perde a validade. A homologação é a
validação de que se trata de um acordo que cumpriu todas as normas
previstas em lei. Juristas informaram que, se a delação não for
homologada, Delcídio não receberá benefícios, como a redução de pena.
Mas tudo o que ele disse nos depoimentos, como as acusações a terceiros,
indicações de provas, relatos de conversas, continuará valendo e será
objeto de investigação e poderá ser considerado em julgamento. De
acordo com a revista "IstoÉ", Delcidio contou que Dilma agiu para manter
na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção e
atuou para interferir no andamento da Operação Lava Jato. Uma dessas
ações, segundo o senador, foi a nomeação para o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) do ministro Marcelo Navarro, que se teria se comprometido a
votar pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato.
Delcídio afirma na delação, segundo a "IstoÉ", que, como presidente do
Conselho de Administração da Petrobras, Dilma sabia que havia um esquema
de superfaturamento por trás da compra da refinaria de Pasadena, nos
Estados Unidos, e atuou para que Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal e
um dos presos na Lava Jato, fosse mantido na direção da Petrobras. A
presidente, segundo o senador, indicou Cerveró para a diretoria
financeira da BR Distribuidora. Delcídio descreveu ainda uma operação de
caixa dois na campanha de Dilma em 2010 feita pelo doleiro Adir Assad,
também preso na Lava Jato. Segundo o senador, o esquema seria descoberto
pela CPI dos Bingos, mas o governo conseguiu barrar a investigação dos
parlamentares. Ainda de acordo com a revista, Delcídio afirmou que
Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção que atuava na Petrobras,
que agiu pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato e que
seria o mandante do pagamento para tentar comprar o silêncio de
testemunhas. O ex-presidente, segundo Delcídio, foi o mandante dos
pagamentos que o senador ofereceu à família de Cerveró e que resultaram
na prisão do senador, em novembro. De acordo com Delcídio, Lula pediu
“expressamente” para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai,
porque estaria implicado nas delações do lobista Fernando Baianoe de
Cerveró. O senador alega que Lula não queria que Cerveró mencionasse o
esquema de Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela
estatal. Na delação, Delcídio diz que intermediaria o pagamento à
família de Cerveró com dinheiro fornecido por Bumlai. O senador também
afirma, de acordo com a revista, que em 2006 Lula e o ex-ministro da
Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci teriam articulado um pagamento
ao publicitário Marcos Valério para que ele não dissesse o que sabia
durante o processo do mensalão. De acordo com o parlamentar, Valério
exigiu R$ 200 milhões para se calar na CPI dos Correios, e Lula teria
cedido. Palocci, conforme o depoimento, assumiu a tarefa de negociar o
pagamento.
Blog do Berimbau..
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Um comentário:
Esse é o desfecho natural de todos esses fatos.
Esperamos que a responsabilização seja geral, mas especialmente ao PT e seus integrantes!
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