Para micro e pequenas empresas, sobrevivência pode estar fora das tradicionais instituições financeiras
Dar
crédito significa acreditar em alguém e para micro e pequenas empresas,
muitas vezes, isso faz toda a diferença. Essa é a opinião de Rubens
Woellner
dos Santos, proprietário de uma microempresa em Curitiba (PR). Ele,
assim como milhares de outros empresários brasileiros, está enfrentando o
atual cenário econômico com pulso firme na gestão, contensão de custos e
apoio das instituições financeiras. “Estamos
cortando a gordura e reduzindo custos onde podemos. Temos mais de 50
anos de história no comércio e sei que essa é mais uma crise de muitas,
mas não dá para ignorar a recessão que está bem diante dos nossos
olhos”, comenta ele, que é o dono de uma tradicional
loja de peças automotivas na cidade.
A
crise, que atingiu em cheio o comércio, já chega aos bancos, que
começam a dar sinais de que a situação é mais grave e pode ser mais
longa do que os
otimistas previam. De acordo com o Banco Central (BC), ao contrário dos
últimos anos, 2015 apresenta redução de crédito para pequenas empresas,
pois o atraso no pagamento já afeta a operação dos bancos privados e
começa a afetar também os estatais. A inadimplência
atingiu o maior valor histórico no primeiro semestre de 2015, segundo o
Relatório de Estabilidade Financeira do BC publicado em outubro.
Para
continuar sobrevivendo às intempéries, uma opção encontrada por Rubens
foi optar por uma cooperativa de crédito, em lugar aos tradicionais
bancos.
“Sou cooperado há mais de 10 anos e as vantagens que nós temos fazem a
diferença em épocas de crise. Taxas de cobrança menores e facilidade de
pagamento ajudam a fechar as contas no fim do mês”, analisa ele. “Além
disso, eu sei que no momento em que eu precisar
de crédito para garantir a saúde financeira da minha empresa,
provavelmente vou ganhar um ‘não’ dos bancos, mas minha cooperativa não
vai me deixar na mão. Isso é dar credito a alguém, em todos os sentidos,
e quem está no comercio de sol a sol sabe a importância
que isso tem”, pondera o microempresário.
Gilson
Nogueira Farias, gerente de Desenvolvimento de Crédito do Sicredi,
confirma a opção de Rubens. A carteira de crédito para pessoas jurídicas
tem
crescido em 2015 e a tendência é só aumentar com as pendências de fim
de ano chegando. No entanto, esse comportamento não é visto com maus
olhos pela cooperativa. “Diferente de outras instituições financeiras,
no Sicredi os associados também são donos do negócio
e levam isso muito a sério. As linhas de crédito que oferecemos são
apoios para as empresas manterem a casa em ordem ou darem um passo
importante para o crescimento. Nós temos a consciência de que estamos
ajudando a economia local”, afirma Gilson.
Ajuda
essa que será bastante necessária. De acordo com a pesquisa “Rumos da
Indústria” feita em outubro pela Federação das Indústrias Paulistas
(Fiesp),
o percentual de industrias que tomarão empréstimos para pagar o 13º
salário de suas equipes chega a 35%, maior índice desde 2009. A enquete
foi feita com 499 indústrias do Estado de São Paulo, sendo que 60,1% são
pequenas (até 99 empregados); 32,7% são medias
(de 100 a 499 empregados) e 7,2% são grandes (mais de 500 empregados).
Destas, 8 entre 10 esperam vender menos e fechar 2015 com resultados 14%
abaixo do que o ano passado.
Os
dados do Relatório do BC mostram que, diante do comportamento do
mercado, o crédito disponível nos bancos estatais está indo
principalmente para as
grandes empresas, com aumento de 20% na carteira desses clientes no
primeiro semestre de 2015. Dessa forma, a solução para os pequenos pode
ser sair da corrente principal e buscar alternativas que tornem a
competição viável em um cenário nada animador.
Sobre o Sicredi
O
Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 113 anos
de história, 3 milhões de associados e 1.366 pontos de atendimento, em
11 Estados*
do País. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta
com 95 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais
Regionais acionistas da Sicredi Participações S.A. uma Confederação,
uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla
uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma
Administradora de Consórcios.
*
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário