O Senegalês Ngale Ndiaye, que trabalha vendendo bijuterias em frente ao
shopping Royal Plaza, na rua Maranhão (centro de Londrina), foi alvo de
ofensas racistas durante a manhã desta quarta-feira (9). O ambulante
contou ao Bonde que uma mulher, moradora de um prédio localizado
em frente ao ponto dele, o atingiu com uma banana e o chamou de
'macaco', 'preto' e 'ladrão'. "Eu só dizia que não estava entendendo",
afirmou Ndiaye, ainda pouco familiarizado com a língua portuguesa.
Guilherme Batista/Bonde
Conforme boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar
(PM), a mulher também teria desferido um tapa contra o senegalês e
chutado a mercadoria dele. Ela só teria parado após ser contida por
comerciantes e populares que presenciaram a situação. "Entrei na frente
dela e pedi para que parasse com aquilo", destacou o artesão Ildemir
Antunes Lima, que trabalha no calçadão.
Guilherme Batista/Bonde
No local da ocorrência, os policiais receberam a informação de
que a mulher suspeita de racismo tem esquizofrenia e praticou as ofensas
durante um surto. Acionado, o Samu constatou o problema de saúde e
encaminhou a suspeita, na companhia de sua enfermeira particular, para o
Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Emocionado, o senegalês afirmou que nunca havia sido alvo de
xingamentos racistas até aquele momento. Em Londrina há um ano, Ndiaye
mora com outros três senegaleses em um pensionato na rua Belém, na área
central. O ambulante disse que veio para o Brasil com a intenção de
trabalhar. "Ganho dinheiro e mando para meus pais, minha mulher e meu
filhos, que continuam no Senegal. Só estou aqui para trabalhar, só para
isso", frisou.
Incomodados com a atitude da mulher, algumas pessoas que
passaram pelo local logo após o registro da ocorrência pediram desculpas
ao senegalês. "Peço perdão em nome dela e do nosso país", disse uma
mulher. "A gente não é assim", afirmou outro homem.
Com as informações do BONDE.
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