João Ricardo Mello (PPS), vice-prefeito de São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, assumiu a prefeitura nesta segunda-feira (17). O prefeito eleito, Adir dos Santos Leite (PSDB),
foi notificado do afastamento pela Câmara de Vereadores na sexta-feira
(14). Leite está sendo investigado pelo Ministério Público do Paraná
(MP-PR) suspeito de ser o chefe de uma quadrilha que desviava dinheiro
do município. Em agosto, Adir dos Santos Leite foi preso por porte de
armas pelo Gaeco durante a Operação Sucupira que investigava a fraude.
Além dele, outras 18 pessoas também foram presas.
O Fantástico mostrou
no domingo (16) como funcionava o esquema comando pelo prefeito. De
acordo com a reportagem, carros sucateados da prefeitura eram usados
para justificar a compra de combustíveis. Até mesmo uma kombi sem motor
era abastecida pelo posto.
As
placas dos ‘carros-fantasmas’ eram usadas na compra de combustível para
carros de verdade. Quem autorizava o serviço era Aline Moreira, noiva
de Adicarlos, filho do prefeito Adir dos Santos Leite. Em um telefone
gravado com autorização da Justiça, Aline conta ao noivo que está usando
essas placas todos os dias. “Todo dia, no final do dia, eu pego umas
placas”, conta.
Estas
compras beneficiam duas partes do esquema, além do prefeito: alguns
vereadores corruptos, que abasteciam carros particulares no posto, além
dos donos dos postos, que tinham contrato com a prefeitura e que
repassavam uma parte do dinheiro para Leite.
Em
depoimento ao MP-PR, Fernando Larine, dono de um posto de combustíveis
disse que acertou com o prefeito de repassar 50% do dinheiro que tinha
que receber. De acordo com as investigações, o esquema funcionou por
quatro meses e envolveu uma série de fraudes como notas frias, licitação
fraudada e produtos superfaturados. Dezesseis empresas estavam
envolvidas e vários empresários se aproveitavam da situação.
A reportagem procurou o prefeito, mas ele não quis se pronunciar.
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