Os
professores da rede estadual de educação do Paraná devem deflagrar no
dia 23 de abril, greve por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada
no sábado (29), durante assembleia da categoria realizada em Curitiba
reunindo cerca de mil representantes de 29 núcleos regionais do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná
(APP-Sindicato).
O
presidente do núcleo regional de Londrina da APP-Sindicato, Antônio
Marcos Rodrigues Gonçalves, disse que a greve foi a medida encontrada
pela categoria para tentar forçar o governo do Estado a fazer uma
negociação com os professores. "Tivemos uma forte mobilização e
paralisação no dia 19. Neste mesmo dia houve uma rodada de negociação,
mas terminou sem acordo. Houve resistência do governo que não vê os
pontos principais de nossa pauta de reivindicação, como hora-atividade e
a resposição salarial", afirmou em entrevista à Rádio Paiquerê AM.
A
categoria reivindica a aplicação de 1/3 da jornada de trabalho para a
hora-atividade; a implantação do Piso Nacional para o professor, que
daria um mínimo de reajuste de 8,32%; reajuste do índice do Piso
Regional de 7,34% para os funcionários das escolas; pagamento de
promoções e progressões em atraso; melhorias na saúde dos servidores
públicos, que consideram o atendimento precário.
"Estas
são as principais reivindicações. Sobre a hora-atividade, temos lei
federal e estadual já prevendo que 1/3 é dedicada a isso, mas o governo
não vem cumprindo iso. Além disso, há a questão da equiparação com o
piso nacional previsto para janeiro deste ano que não vem acontecendo",
salientou.
Os
professores também querem que seja aberto concurso público para a
contratação de mais funcionários para as escolas. Para o sindicalista, o
quadro funcional das escolas está sendo reduzida a cada ano, com
aposentadorias e demissões, sem que sejam repostos estes postos de
trabalho.
Ele
garante que, apesar do estado de greve já deflagrado pela categoria, os
professores tentarão forçar novas rodadas de negociações para ver se
conseguem algum avanço com o governo do Estado. "Apesar do estado de
greve, que é a última alternativa que temos, esperamos ter
contrapropostas por parte do Estado às nossas reivindicações. O que não
dá é para ficarem sinalizando avanços e, em um momento seguinte, tirarem
as conquistas dos trabalhadores, como vem acontecendo constantemente
neste governo", enfatizou, citando o caso do piso nacional que foi
sancionado em 2008 e que já deveria ter entrado em vigor no Paraná.
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