A
homilia do Papa foi inspirada na passagem dos Atos dos Apóstolos em que
a primeira comunidade cristã de Jerusalém vivia na paz e amor, mas logo
após o martírio de Santo Estevão eclodiu uma violenta perseguição.
"Este é o estilo de vida da Igreja entre a paz da caridade e a
perseguição. É o que acontece sempre na história porque é o estilo de
Jesus", frisou o pontífice.
Francisco
explicou que com a perseguição muitos fiéis deixaram suas casas e
levaram consigo a riqueza que tinham: a fé. A riqueza que o Senhor tinha
lhes dado: "Os primeiros cristãos tinham apenas a força do Batismo que
lhes dava a coragem apostólica, a força do Espírito. Penso se nós
batizados temos essa força. E penso também: mas nós acreditamos nisto?
Que o batismo seja suficiente para evangelizar? Onde está esta força do
Espírito que nos leva adiante?", disse ainda o Santo Padre.
O
Papa destacou a necessidade de ser "fiel ao Espírito para anunciar
Jesus com a nossa vida, com o nosso testemunho e palavras". "Quando
fazemos isso, a Igreja se torna uma Igreja Mãe que gera filhos, filhos e
filhos para que nós, filhos da Igreja, levemos isso. Mas quando não o
fazemos, a Igreja não se torna mãe, mas Igreja babá, que nina a criança
para dormir. É uma Igreja dormente. Pensemos em nosso batismo, na
responsabilidade de nosso batismo", disse Francisco.
O
Papa recordou as perseguições no Japão do século 17, quando os
missionários católicos foram expulsos e as comunidades cristãs
permaneceram por 200 anos sem sacerdotes. Ao seu retorno, os
missionários encontraram "todas as comunidades no local, todos
batizados, catequizados, todos casados na Igreja", graças ao trabalho
dos batizados.
"Existe
uma grande responsabilidade para nós, batizados: anunciar Cristo, levar
adiante a Igreja, essa maternidade fecunda da Igreja. Ser cristão não é
fazer carreira num escritório para se tornar advogado ou um médico
cristão, não. Ser cristão é um dom que nos faz ir em frente com a força
do Espírito no anúncio de Jesus Cristo", sublinhou Francisco.
"Durante
a perseguição dos primeiros cristãos, recordou o Papa, Maria rezava
muito e animava os batizados a irem em frente com coragem". "Peçamos ao
Senhor a graça de sermos batizados corajosos e confiantes de que o
Espírito que temos em nós, recebido no batismo, nos incentive sempre a
proclamar Jesus Cristo com nossa vida, com o nosso testemunho e também
com as nossas palavras. Que assim seja", concluiu o pontífice.
Fonte: Radio Vaticana
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