O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo,
concentrou a liberação de RTVs (retransmissoras de TV) no Paraná. O
Estado é o reduto eleitoral dele e de sua mulher, Gleisi Hoffmann, da
Casa Civil.
De acordo com informações do jornal Folha de
S.Paulo deste domingo (26), dados obtidos por meio da Lei de Acesso à
Informação mostraram que, de 39 retransmissoras concedidas por Bernardo
ou por seu secretário de Comunicação Eletrônica, Genildo Lins, 8 foram
para cidades do Paraná.
Segundo a publicação, a lista inclui os
municípios de Londrina e Foz do Iguaçu, principais bases eleitorais dos
ministros, que já tinham 12 e 11 retransmissoras operando em cada uma
delas. Maringá, Toledo, Campo Largo, Ponta Grossa e Guaratuba,
administrados por partidos aliados ao governo Dilma, também teriam
recebido as retransmissoras.
Além dessas, o ministro também
mandou publicar no Diário Oficial mais seis retransmissoras no Paraná.
Apesar de essas outorgas serem assinadas por seus antecessores, elas só
passaram a valer com o ato de Bernardo. Com isso, somariam 14 as RTVs
dadas na sua gestão no Estado.
Para o Paraná, tramitam no
ministério 438 pedidos de RTVs secundárias. Os Estados para os quais há
mais solicitações são Minas Gerais (1.672), seguido por São Paulo
(1.040). O ministro e seu secretário autorizaram nesses Estados seis e
oito pedidos.
Com as outorgas das gestões anteriores, que Bernardo mandou publicar, Minas recebeu 20 e São Paulo, 9.
Bernardo nasceu em São Paulo, mas fez carreira política no Paraná. Os
municípios que receberam retransmissoras na gestão de Bernardo
concentram 33% do eleitorado paranaense.
Procurado pela
reportagem da Folha de S. Paulo, o ministério afirmou que "não existe
privilégio" na distribuição das retransmissoras para o Paraná: As
outorgas, segundo o órgão, são feitas “de acordo com as demandas
protocoladas" e "a disponibilidade de espectro".
Disseram ainda
que “o ministro foi candidato pela última vez em 2002, razão pela qual
não há como fazer essa vinculação" à distribuição de RTVs.
Fonte: R7.com
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