Em seu primeiro comentário público sobre os escândalos de abuso
sexual de menores por parte de sacerdotes católicos nos últimos anos, o
papa Francisco pediu nesta sexta-feira uma 'ação decisiva' do Vaticano
para enfrentar o problema.
Em comunicado divulgado pelo Vaticano,
ele instruiu o bispo Gerhard Müller, chefe da Congregação para a
Doutrina da Fé - o órgão doutrinário da Santa Sé - a lidar com casos de
abusos e a proteger crianças.
Francisco disse que combater a crise, que se alastrou por EUA, Europa e Oceania, é importante para a credibilidade da Igreja.
O
texto afirma que o papa instou o bispo Mueller a 'agir de forma
decisiva no que diz respeito a casos de abusos sexuais, promovendo,
acima de tudo, medidas para proteger menores, ajudar as vítimas dessa
violência no passado (e tomar) os procedimentos necessários contra os
culpados'.
Escândalos
O antecessor de Francisco, Bento 16,
havia prometido livrar a Igreja da 'sujeira' do abuso clerical, mas
críticos o acusam de ter sido leniente e de ter fracassado em proteger
crianças de sacerdotes pedófilos.
Vítimas de abusos sexuais pediram uma resposta mais enérgica do novo pontífice.
Casos
de abusos atribuídos a clérigos passaram a ganhar repercussão na última
década, com uma série de escândalos registrados em países como EUA,
Irlanda, Austrália e Alemanha.
Segundo a agência AFP, o Vaticano
diz continuar recebendo cerca de 600 denúncias anuais de abusos de
padres, em casos que muitas vezes são acobertados por seus superiores -
geralmente transferindo os suspeitos de abusos a outras paróquias.
Em
2011, a Congregação para a Doutrina da Fé instou as conferências
episcopais ao redor do mundo a oferecer orientações às vítimas, a
proteger as crianças, a selecionar e treinar padres e religiosos, a
enfrentar casos de denúncias e a colaborar com autoridades nas
investigações.
Cerca de 75% das 112 conferências de bispos criaram
essas orientações; as que ainda não o fizeram são, em sua maioria,
congregações da África, segundo o Vaticano.
Em resposta ao
comunicado de Francisco nesta sexta-feira, a Rede de Sobreviventes de
Abusos de Sacerdotes (SNAP, na sigla em inglês) pediu por ações
concretas.
'Não podemos confundir palavras com ações', disse
Barbara Dorris, diretora da organização. 'Ao fazer isso, causamos danos
às crianças. Temos que insistir em novas ações tangíveis que ajudem
crianças vulneráveis a proteger seus corpos, e não em velhas promessas
vagas que ajudem uma instituição desacreditada a proteger sua
reputação.'
FONTE R 7.COM
FONTE R 7.COM
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