O Ministério Público Federal apresentou nesta sexta-feira ao juiz
Sergio Moro pedido para que o ex-deputado petista André Vargas, seu
irmão Leon Vargas e o publicitário Ricardo Hoffmann sejam condenados por
crimes como organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
Além do propinoduto instalado na Petrobras, a Operação Lava Jato
detectou um esquema de repasse de dinheiro realizado pela agência de
publicidade Borghi/Lowe, contratada pelo Ministério da Saúde e pela
Caixa Econômica Federal para beneficiar Vargas. Segundo a Polícia
Federal, a agência repassava 10% dos ganhos a título de bônus de volume a
empresas do ex-deputado e de seu irmão, Leon, sem haver qualquer
prestação de serviço que justificasse os pagamentos.
Em vez de pagar o bônus à agência principal, prática comum no mercado
da publicidade, as produtoras subcontratadas pela Borghi/Lowe para
gravar filmes publicitários e spots de rádio para órgãos públicos - e
que de fato prestavam serviços - pagaram para as empresas Limiar e LSI,
de Vargas e seu irmão. "Todas as evidências indicam que tais empresas
foram constituídas justamente com o propósito de receber, de maneira
dissimulada, as vantagens indevidas solicitadas pelo ex-deputado federal
André Vargas. Os expedientes utilizados na constituição e no
funcionamento das empresas relacionadas a André Vargas demonstram um
ardil típico de empresas de fachada", afirma a acusação.
No pedido de condenação, a força-tarefa da Lava Jato diz que Vargas
"comandou o núcleo da organização nos atos praticados em desfavor da
Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde" e que deve ter a pena
agravada porque recebeu propina enquanto era o 1º vice-presidente da
Câmara dos Deputados. Para o MP, além de ser penalizado pelos crimes, o
ex-petista, Leon e Hoffmann também devem ter os bens confiscados até o
valor de 1.103.950,12 reais, além de pagar quantia semelhante a título
de "reparação de danos".
"Os motivos dos crimes devem ser valorados negativamente em relação
ao acusado André Vargas, uma vez que, valendo-se da sua condição de
deputado federal, almejou obter lucro fácil as custas da Administração
Pública, utilizando o prestígio do cargo que ocupava", afirma a
acusação.
Assim que viu o cerco se fechar contra André Vargas, o publicitário
Ricardo Hoffmann tentou negociar com o Ministério Público um acordo de
delação premiada para detalhar como o ex-deputado petista embolsava
propina a partir de um esquema de desvio de dinheiro dos bônus de volume
de propagandas. A própria agência Borghi, como pessoa jurídica, também
tentou uma proposta de colaboração com os investigadores, mas os
procuradores da força-tarefa rejeitaram a possibilidade de acordo nos
dois casos.
VEJA.
SITE REVELIA..
Um comentário:
Que sirva de exemplo (mau, é claro) para os que não têm muita convicção quanto às vantagens e benefícios de ser honesto!
Postar um comentário